domingo, 15 de julho de 2007

Mulher pintada da côr da terra


Sonhei retratar-te, pousarias nua, molhada como quando cai a chuva, e o teu cheiro me seduziria. Assim eu louco por ti, morreria por ti, e colocando as mãos em teu cinto enlouquecia, ao ver-te tão perto tremia. Passeava por ti num vai e vém tão inteso que quase me esqueci de mim, mas não me detive e continuei á descoberta, e quanto mais te via mais te gostava, quanto mais te passeava mais de mim me esquecia, e tu me acalmavas, e eu te procurava, e eu te procuro. E serpenteei os teus cabelos, caminhei em cada racanto teu, em cada toque teu, assim fui crescendo, te conhecendo. No dia de partir chorei, mas a saudade trouxe a certeza de um dia voltar, e cair em teus braços dormir no teu regaço, voltar a percorrer-te, voltar a ver-te, sentir-te, cheirar-te, retratar-te, e percorrerei teus vales, seguirei os teus ventos, beberei da tua sede, pois só tu és terra dos Homem(s) em Pé, e mulher de verde fingida, nos braços de Sant'Ana

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